Por este mundo, afogado no mar da amargura
De surras e queimaduras
Tijolos e tapas na cara.
Mas a noite não é nada
Nada além da minha tristeza e da falta de meus versos
Choro, choro, só penso
Penso, penso.. e nada escrevo.
É ardiloso o nascimento
Das palavras cuja ontem e hoje nasceram, e nascem, é claro
E dentro daquele mesmo instante morreram
Num breve segundo e se foram.
Eis um ciclo ao meu redor: será este da vida? Da minha!
Sim senhor, é meu este ciclo, é minha esta vida
Palavras e versos de hoje,
De ontem, amanhã e depois (tanto faz).
Pois, a verdade é que,
Não preciso da pureza e nem da vida,
Eu preciso beber do mesmo cálice e saciar minha sede da mesma fonte que o poeta,
Para enfim a meu pranto morrer,
E a angústia de amanhã, assim como os versos, nascer.