sexta-feira, 7 de abril de 2017

esse céu...

Esse céu, essa nuvem que nos grita
e fala desesperadamente, e,
atritos, não escutamos num fingimento doloroso,
e, aos poucos caminhamos para ouvi-los;
chegando mais perto de ficarmos surdos..
Essa terra e essa vastidão que nos implora afeto,
e uma palavra de amor e de utopia que já morreu em nós,
antes de matar tudo que apequenou nossa alma.

A maior falha

Gastei tudo que me rendia aos meus amores:
matei meu peito e estraçalhei cada vestígio
que me cobria e me inundava num afogamento.
Eu parei de abraçar culpas e me sentir desalmada
e no momento nunca me senti tão amada.

Percebi que era fraca quando todo peito me apunhalava
Nos seios, nas costas, na cabeça; até na fala
E no meio do devaneio da lágrima,
lamentava incessantemente:
- meu amor é mesmo a maior cilada!

Eu, incoerentemente buscando vida onde matei
por um fiel interesse impregnado na mente
Resisti aos "não"s, encostei minha frieza na alma
E sem amor, sem nada, eu fui tudo que sempre sonhei
A vida foi mesmo minha maior falha!

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

a liberdade recuperada

Naquela tarde
depois de muito devaneio
incerteza e medo
estava livre!
Ah meu Deus!
Será que a liberdade (a qual perdera por muito tempo)
havia sido por Ele concedida?
Nada mais importava!
Estava liberta da paixão
das correntes possessivas que a faziam acorrentar,
de toda alienação sentimentalista!
De nada mais adiantava o eterno.
Estava solta à procurar pela efemeridade,
pelas noites com amor e não somente paixão
pelas almas de verdade e não às enganadoras
como aquelas propagandas que a gente vive a ser descartado.
Não era pra sempre.
Nunca foi.
Assim como era e foi roubada há um ano atrás.
E mesmo que a eternidade dessa liberdade fosse por um segundo
Estava livre.
E isso, nenhum "sempre" pagava.

terça-feira, 25 de outubro de 2016

dois mil e dezesseis

Tudo que existia em mim se foi
tudo que eu era vasou, assim, desesperadamente
para qualquer lugar.

a boca que beija,
é do corpo que mata!
a mão que acaricia
por trás, apunhala.

dois mil e dezesseis:
tudo que existe se vai.
tudo que somos jaz.
num piscar de olhos: para qualquer lugar.

as bocas se beijam
os amores se matam.
os carinhos efêmeros
acariciam a morte.

e tudo vai bem.
(isso é mesmo importante para quem?)

domingo, 2 de outubro de 2016

Morte

Morro.
Morro e não silenciam as vozes, os risos, as gargalhadas.
Ninguém vê o pranto; ninguém sente o desgosto
de ser e simplesmente existir.

Eu mato-me aqui,
Morro e não faltam porquês,
Nem vontades, nem uma luz na cidade
Pra me fazer lembrar do que me fez sofrer.

Matam-me! E há quem pense
Que a corda foi engatilhada por mim:
Ninguém se mata sozinho no fim do jardim.

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Aquela noite

Um sumo ardente a perturbava naquela noite
Desde um envolvimento afinal, há algumas semanas
perdera a liberdade, o amor e a castidade!
E fadada a viver de verdade, logo ela,
Que aprendera a respirar mentira,
Deitou no leito incerto, morreu nas mentiras do ego.

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Palavras soltas

Atônita
chorava
balbuciava
e ouvia
um puta aqui
vadia lá
prendia o choro
e não hesitava
em pensar por si só
que essa sociedade
hoje diz uma coisa
amanhã diz outra
e afinal
todo mundo
toda coisa
tudo um dia
vira pó.