Ninguém ouve meu pranto.
Tampouco o sentem:
O ar transforma em veneno
o que desfez-se do amor em nada.
E inquieta do avesso, errante aos astros
Piso em falso, ao pé da margem
do ar que me sussurra em brasa
que no peito queima dizendo assim:
coitada!
quinta-feira, 28 de janeiro de 2016
terça-feira, 26 de janeiro de 2016
Preciso dizer que te amo
Ando procurando descrever estas tuas asas ligeiras:
Todas prontas a voar depressa demais!
E entregando-me a esta saudade louca
(De repente tua boca, da minha, se vai.)
Quando voavas assim, tão repentinamente
Meu peito voava ao abismo gozando desgosto
De todo verso, de todo o pranto
Que minha prosa beijou o lábio do agosto.
E nestes dias janeirinos pude prever o inverno tão cru
Antecedendo o tempo de amar, a estampa dos anos.
Com este fito vazio tu me olhavas ao longe
Descartando a possibilidade - minha antiga vontade- de dizer mais uma vez que te amo!
quinta-feira, 14 de janeiro de 2016
o melhor lado bom
gritos de horrores me causavam aqueles sapatos lustrados
de farda em farda em que os olhos se entrelaçavam:
mendigo qualquer rancor do meu amor que no fundo
eu achei que era ódio.
se me prostrasse sobre o passado que me era presente
que me era para ser futuro, no ano vindouro, nos anos a mais
nem assim ele se tardaria a ir embora como um furacão:
nem mesmo implorando os gritos de qualquer pessoa que me era um nada.
sobre o lado bom da vida: devo à ele o reconhecimento e não a calúnia.
a calúnia dos piores grandes momentos que pareciam até quilométricos
das pequenas joias que não me passavam de bijuterias baratas
e vivo a indagando o que meu peito sempre quer exaltar: a dor tem o melhor lado bom.
quinta-feira, 7 de janeiro de 2016
acaso
Se acaso
quiseres
voltar
chegar
me amar
sem essa
de hesitar
(tua boca
vou beijar).
Se acaso
vou ter
um caso
(nós dois)
nunca mais
vou chorar.
quiseres
voltar
chegar
me amar
sem essa
de hesitar
(tua boca
vou beijar).
Se acaso
vou ter
um caso
(nós dois)
nunca mais
vou chorar.
segunda-feira, 4 de janeiro de 2016
Toma para ti meu lábio de seda que nem roupa
Usa-me teu bem, os meus dedos, a minha face:
rumora no meu peito os intentos por dizeres a minh'alma antes
crava tua mão no meu passado errante!
Na cálida noite: arrepia-me esse semblante
e o tempo unge, a textura envelhece - os odores morrem.
em cadência meu riso farto, caindo, mansinho.
- as angústias se entrelaçam quando tua mão passa comigo o presente inconstante!
Usa-me teu bem, os meus dedos, a minha face:
rumora no meu peito os intentos por dizeres a minh'alma antes
crava tua mão no meu passado errante!
Na cálida noite: arrepia-me esse semblante
e o tempo unge, a textura envelhece - os odores morrem.
em cadência meu riso farto, caindo, mansinho.
- as angústias se entrelaçam quando tua mão passa comigo o presente inconstante!
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