quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Vivo inquieta e triste

Vivo inquieta
e triste
virada do avesso
compondo canção
de vasto luar
que se esvai
num abismo nada curto
que grita outrora
de dor de solidão.

Vivo de ponta cabeça
leve na massa, pesada n'alma
Toda graciosa, no mundo inteirinho:
chamada por Deus
pelo mundo: confusa de dores, amores
- Só sei falar disso
E pareceria clichê
Se respondesse o porquê.

Vivo no abandono
Na crítica, do azar
da sorte dos versos
do azar na vida
do amor do pai
e esperança repentina,
na falta que faz
teus olhos murcharem
num breve balanço
que danço.

e resolvi sentir
ao invés de calcular, formar
eu resolvi ser alegre hoje e triste amanhã
porque ninguém escapa da suavidade,
do sublime e da angústia:
ninguém escapa das portas do inferno que vive a nos chamar
na arte, na dor
no horror
no cúmulo
ímpio e injusto
canto e amor.

Vive inquieto e triste...
- Acho que só.



Nenhum comentário:

Postar um comentário