Como uma cidade lírica macia de seda os teus seios, por todo o teu corpo, como um estado, perante a primavera que consagra-se ferida
Vem a noite, lentamente cruel envolvendo agonia, e possuo-te nua e fugidia.
O outono no entanto não chega, o verão estende-se em um deserto coberto de neve, mergulhado nos teus olhos lívidos em que outrora talvez fosse da fome.
Nu e sós ouçamos os risos dos homens, tendem a vagar pela neblina e pelas manhãs translúcidas cultivadas aqui, eu não temo a morte, e não rendo-me a nada
E naquele céu obscuro nasce a desgraça, onde já foi morta e como uma ressurreição qualquer renasce: arde-me o peito.
A primavera continua, o verão rachando-me os lábios, o outono se tarda a vir; teus olhos choram, a tua boca arde e ferve assim como um vulcão em erupção às lastimáveis lágrimas com que derramas ardil mente.
Não me basta a tua fome, a tua desgraça, a tua morte: não me basta mais nada.
Talvez, por ironia ou desfecho, tu não demore tanto quanto o outono,
"Eu não quero mais o teu sexo.
Eu vou sair daqui e tardarei a voltar."
sábado, 22 de fevereiro de 2014
terça-feira, 11 de fevereiro de 2014
O oculto
Tanto fiz oculta uma dor sem dono,
que convenci-me da vinda da morte e dos olhos oblíquos em que tu te reguardas diante das minhas rugas,
E quando pareces despertar, és a primavera ferida; a estação silenciosa e dolorosa; não te enganas, tu és as fezes e a podridão que este mundo se encontra.
Vives como vive uma pedra; choras como chora um ser morto; sente como um animal. E não te poupo disso, falta-te virar do avesso.
Pois há sonhos que te vestem, utopias que a tua hipocrisia segue: tu és a mentira e a angústia, a fome e a desgraça. E nem teu fingimento mudará as circunstâncias, nem a morte te levará embora, continuará a vagar pelas noites e visitará o luar, matando-me novamente aos poucos neste leito.
Os meus soluços tu ignoras e diante dos meus serviços e gemidos, nada tu notas
E este pranto que nos acompanha dia e noite, noite e dia, terá os mesmos olhos que tu,
Negros como as noites de insônia e melancolia, terás a tua pele pálida, os teus cabelos louros a brilhar diante ao sol, e descrença da vida; será o surrealismo?
De ver-te no espelho sou coitada, vítima de vazio estremo,
A tua beleza, não iguala-se a tua maldade, ao teu pouco valor; repetirei versos e cantarei poemas para te dizer que a tua morte não morrerá, e não desejo a tua vida.
Nesta confusão, apenas desejo minha ida, tua passeada por entre veredas e estradas longas, teu cansaço, teu suor..
Tu chegarás como um primeiro beijo, lentamente fecharei os olhos
E descerei muros ao fim do abismo.
que convenci-me da vinda da morte e dos olhos oblíquos em que tu te reguardas diante das minhas rugas,
E quando pareces despertar, és a primavera ferida; a estação silenciosa e dolorosa; não te enganas, tu és as fezes e a podridão que este mundo se encontra.
Vives como vive uma pedra; choras como chora um ser morto; sente como um animal. E não te poupo disso, falta-te virar do avesso.
Pois há sonhos que te vestem, utopias que a tua hipocrisia segue: tu és a mentira e a angústia, a fome e a desgraça. E nem teu fingimento mudará as circunstâncias, nem a morte te levará embora, continuará a vagar pelas noites e visitará o luar, matando-me novamente aos poucos neste leito.
Os meus soluços tu ignoras e diante dos meus serviços e gemidos, nada tu notas
E este pranto que nos acompanha dia e noite, noite e dia, terá os mesmos olhos que tu,
Negros como as noites de insônia e melancolia, terás a tua pele pálida, os teus cabelos louros a brilhar diante ao sol, e descrença da vida; será o surrealismo?
De ver-te no espelho sou coitada, vítima de vazio estremo,
A tua beleza, não iguala-se a tua maldade, ao teu pouco valor; repetirei versos e cantarei poemas para te dizer que a tua morte não morrerá, e não desejo a tua vida.
Nesta confusão, apenas desejo minha ida, tua passeada por entre veredas e estradas longas, teu cansaço, teu suor..
Tu chegarás como um primeiro beijo, lentamente fecharei os olhos
E descerei muros ao fim do abismo.
sábado, 8 de fevereiro de 2014
Eu te busco
Não sei te explicar como procuro a tua voz
E a tua atenção, que não floresce, mesmo no cair da noite, e de frente ao cais:
Não sei como dizer quando os teus olhos me olham, lentamente num brilho precioso;
Assim, estremecendo-me como um pensamento recente qualquer. Quando o campo iniciado, o centeio ondula ao sentir um tempo distante,(talvez passado, ou quem sabe o futuro..) e na terra crescida os homens já habitam - eu não sei te negar que até minhas ideias te insistem.
E quando a ilusão faz acreditar que os galhos da melancolia secam, e os astros lá do espaço me vigiam,
O meu coração, não passa de um fruto inventado, e nem sei de qual semente, pois
Tu arrebataste as veredas da minha solidão
E a minha casa, o meu rosto, os meus seios e a minha vida ardem perante estas noites, de pura insônia e amor. O egocentrismo acompanha, dentre as pedras que nos cercam do teu tão jovem silêncio, como crianças que imploram a uma canção de ninar após os sonhos horripilantes, no meio do tempo - não sei se posso te dizer, que a pureza dentro de mim, te procura.
Desde a mais recente primavera os meus lábios cantam o que os meus braços devem lhe contar; e aprendo,o leve abstrato correr do espaço - minto quando digo que talvez mandarei flores e cartas cheias de razão, mas quando a sombra morrer dos meus lábios, faltará a mim um girassol, um lírio, um beijo ou um par de tapas (qualquer coisa extraordinária).
Porque não sei como declarar que dentro de mim há o sol, a chuva, as águas e o oceano inteirinho; a lua, a imensidão e as galáxias; os bosques, o verde e o alimento (além de todo o amor do mundo) que te insistem, procuram e te buscam.
E a tua atenção, que não floresce, mesmo no cair da noite, e de frente ao cais:
Não sei como dizer quando os teus olhos me olham, lentamente num brilho precioso;
Assim, estremecendo-me como um pensamento recente qualquer. Quando o campo iniciado, o centeio ondula ao sentir um tempo distante,(talvez passado, ou quem sabe o futuro..) e na terra crescida os homens já habitam - eu não sei te negar que até minhas ideias te insistem.
E quando a ilusão faz acreditar que os galhos da melancolia secam, e os astros lá do espaço me vigiam,
O meu coração, não passa de um fruto inventado, e nem sei de qual semente, pois
Tu arrebataste as veredas da minha solidão
E a minha casa, o meu rosto, os meus seios e a minha vida ardem perante estas noites, de pura insônia e amor. O egocentrismo acompanha, dentre as pedras que nos cercam do teu tão jovem silêncio, como crianças que imploram a uma canção de ninar após os sonhos horripilantes, no meio do tempo - não sei se posso te dizer, que a pureza dentro de mim, te procura.
Desde a mais recente primavera os meus lábios cantam o que os meus braços devem lhe contar; e aprendo,o leve abstrato correr do espaço - minto quando digo que talvez mandarei flores e cartas cheias de razão, mas quando a sombra morrer dos meus lábios, faltará a mim um girassol, um lírio, um beijo ou um par de tapas (qualquer coisa extraordinária).
Porque não sei como declarar que dentro de mim há o sol, a chuva, as águas e o oceano inteirinho; a lua, a imensidão e as galáxias; os bosques, o verde e o alimento (além de todo o amor do mundo) que te insistem, procuram e te buscam.
sábado, 1 de fevereiro de 2014
Pranto longo
Quando digo-te, amado, que nem só este amor é a vida de meus dias,
Com toda mágoa e angústia ainda fortalecida em meu peito,
Deves acreditar.
Não deves ter dúvida de que o meu pranto não faz-se mais da falta dos teus beijos,
Mas da crueldade e falta deste manto que, de vez em quando se esquece
De me corroer por inteiro.
Quando a minha vida afirma-te que meu coração bate por um outro alguém, ou talvez outro sentimento,
E não mais pelos espinhos dessa ardil paixão, dessa vereda que um dia já andei
Tu tens que compreender.
Foram-se as estradas que já cruzei, jazem as utopias que um dia a pureza tivera conquistado em mim
Não há sonhos no meu ser; reza a lenda que desaprendi a amar
Meu bem, já não é uma loucura a tua rejeição.
Os meus olhos choram, a minha alma grita: não há vida sem esse vício, esse sonho e pesadelo, esse desejo.
Por isso é que de vez em quando nego os meus instintos e insisto em te dizer que, não sei de certeza,
Mas já não gozo do teu gozo.
E diante destes versos, pouco sei se é verdade ou mentira, o que a minha boca cospe,
Minha mente pensa e minhas mãos traçam
Mas enquanto este teu fim se prolonga em minha vida e minha tristeza aumenta: da poesia faz-se o meu riso e o meu sustento.
Com toda mágoa e angústia ainda fortalecida em meu peito,
Deves acreditar.
Não deves ter dúvida de que o meu pranto não faz-se mais da falta dos teus beijos,
Mas da crueldade e falta deste manto que, de vez em quando se esquece
De me corroer por inteiro.
Quando a minha vida afirma-te que meu coração bate por um outro alguém, ou talvez outro sentimento,
E não mais pelos espinhos dessa ardil paixão, dessa vereda que um dia já andei
Tu tens que compreender.
Foram-se as estradas que já cruzei, jazem as utopias que um dia a pureza tivera conquistado em mim
Não há sonhos no meu ser; reza a lenda que desaprendi a amar
Meu bem, já não é uma loucura a tua rejeição.
Os meus olhos choram, a minha alma grita: não há vida sem esse vício, esse sonho e pesadelo, esse desejo.
Por isso é que de vez em quando nego os meus instintos e insisto em te dizer que, não sei de certeza,
Mas já não gozo do teu gozo.
E diante destes versos, pouco sei se é verdade ou mentira, o que a minha boca cospe,
Minha mente pensa e minhas mãos traçam
Mas enquanto este teu fim se prolonga em minha vida e minha tristeza aumenta: da poesia faz-se o meu riso e o meu sustento.
Assinar:
Postagens (Atom)