Senti tua falta na manhã de abril, ao pé do outono
E lembrei-me de um verso tão distante.. quase que inexistente.
Chorei a ausência dele, murmurei como ele murmurara nos meus ouvidos
e em meus pensamentos, palavras tuas e um anagrama árduo.
Não tive escolha se não lamentar. Aquelas estrofes, se irem..
Assim como tu, assim como todos.
A ausência é irmã do tempo e inimiga da alma.
Do peito e sim, do meu.
Mas despejei letras interditas no papel pra ti assim como demais manhãs de abril,
Interroguei meus ossos vibrantes por baixo da minha pele de animal e não cabia
resposta alguma à eles.
Era tolice pensar que haveria sequer uma resposta pra qualquer pergunta.
Porque neste outono o amor me pegou como cólera e o cair das folhas
fora como o meu peito morrendo de mim mesma:
Estou farta de resumos árduos e histórias podres das quais repetem-se diariamente.
Eu vou sair daqui. Eu vou me dedicar e amar.
Amar por aí, qualquer outro alguém, alguém que não te inclua e não faça-me mais sentir-te de saudade nas manhãs mais puras do ano: as de abril, as do outono.