sábado, 2 de maio de 2015

as cinzas

sou tão capaz de qualquer coisa
que quero me refazer em mais nada.
não quero mais provar de tudo que achei que seria necessário
-outrora; qualquer hora, assim, provar-
e nem entender o porque de acontecer porquês.

quando acreditei na verdade,
não era tempo de colher
nem das uvas, e os ventos foram para o norte.
quando por segundos pensei que até aqueles fios louros me seriam
sensatos
então, pela milésima vez, numa hipérbole do mais vazio sábado
eu lembro que, numa noite de veraneio, num luar, era dia talvez
eu errei de novo.

não sei mais falar de nada se não do meu vazio
os problemas pedem para serem de dores
de alegrias
-de qualquer coisa marcante ou qualquer tapa na cara-
não tenho utopia
nem embriaguezes
nem nada.
eu tenho o pó e alguns tapas que a vida me deu.
eu tenho as cinzas das confianças tristes.

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