sexta-feira, 18 de julho de 2014

Sede de ternura

Um tumulto teu sumo escorrendo às minhas pernas:
quando beija minhas nádegas, amado
pouco tenho a fazer se não gemer, sorrir
das tuas entranhas o meu abrigo, e o meu amor, tão forte,
de longe aguarda o meu peito este fim, e quanto a isso - silêncio perpétuo.

Do prazer eu tenho riso, dos teus lábios, eu gozo;
De manso, e quase me indo aquele amor fajuto.
Mas o teu mastruço se ia fundo e os meus olhos, sem abrir,
diziam-te que a continuidade era falha, o amor não me existia!

No leito, mais desejos, e o teto, o teto escuro de qualquer imaginação me assombrava,
eu era uma puta! e como gostava disso...
o meu amor se ia.. voltava, voltava porque o sexo não me era sustentável.
voltava porque aquele entrelaço era pouco para aquela sede de ternura.

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Renascer do viver

Como uma agonia morta a minha vida:
Subi o abismo e gozei da mesma,
Chorei amores que não tive e deixei-me cortar para hoje estar inteira.

É uma nação lírica os teus olhos
Ainda preenchem-me após um eito de oito meses,
Que não se tarda a passar, é lento a se ir..

Ah, tanto faz agora!! Seja lá o que for,
Já me curei da ferida aberta, repetimento diário,
Eu me curei de qualquer dor e hoje sinto saudades e sou feliz!

E como é dura a vida daqueles que não sentem...
É desgraçada a vida dos burgueses famintos por sexo, por amor, a vida dos que não sentem saudade...
Mas é feliz e honrada a vida de qualquer vagabundo de praça que sente:

a sensibilidade do ar, do amor, da paixão, da vida que renasce dia após dia.