quarta-feira, 21 de maio de 2014

Sois

Como o vento que me rumora de galhos
Sois a tua vida.
Vida de morte que no fundo, ou por complexo
É antônimo.
Da minha! Ah sim, do meu choro, encabulado pavor de timidez e cinzas.

De fato é que não me acomodo mais no abismo.
A vida já me deu cheque mate e tampouco sumi;
Me estraçalhou em meios que nem sei se
Deveria partir.

Mas sois pupila amarga e pontuda que quebra-me os vidros,
De molécula árdua e opressões duras.

Não se deve viver de vida.
Há quem o diga que o mundo é bonito, é belo
De vastas canções de ninar como de o mais grave grito ambíguo:
A noite não me é nada se não qualquer sinônimo que sois.

E também devo afirmar, que o "adeus" já longe, não me é por inteiro
Os lírios em que dediquei e afirmei riso, de farsa esconderam-se.
Porque sois como um trem:
E o meu eu como o trilho.

domingo, 11 de maio de 2014

Jussara

A tua sílaba única soa como debate forte no mundo
Meu amor,
Lembrarei sempre dos teus olhos de
Passagem recente da colmeia.
E os teus braços.. ah
À eles entrego-me de pranto e riso, de fome ou de fartura.
Tu és, no entanto
A bendita confiança que ainda resta-me no mundo pútrido.
Tu és a força
Força que ás vezes chora e que assim me derruba, e quando no fundo do poço
Levantas para reerguer-me e mostrar mais uma vez tua garra constante.
És os livros que leio antes mesmo de ler
A vida punindo meus erros antes mesmo de eu entender.
Tu és a lua do meu céu, as estrelas da minha noite e o sol do meu dia.
E não me canso de te dizer isso.
Tampouco acreditei um dia num príncipe ou no destino.
Mas no amor eu acredito.
Principalmente no teu.
Inclusive nele, mãe.

domingo, 4 de maio de 2014

Sorte aqui, azar ali: tanto faz

No abismo o tempo tecia tão devagar que era quase um apelo para uma sorte:
Mas nunca consegui crer em uma,
Tampouco devo afirmar que não a tenho
A sorte mora em mim, trilha no meu corpo, beija a minha alma, traduz minhas idas e vindas.

Nem sei se o pranto é sorte ou azar
Mas também não acredito em qualquer um
Aprendo tanto com as lágrimas e o amor reprimido que ao mesmo tempo
Sofro com essa ausência e me sopra de frieza a tristeza do peito.

Tristeza que de leve cai como lástima
Aborrece a noite nos meus olhos: nimba de luar o lodo!
Mas a rejeição me leva na sorte dos versos,
E os versos, no entanto, matam-me de azar no amor.