terça-feira, 25 de outubro de 2016

dois mil e dezesseis

Tudo que existia em mim se foi
tudo que eu era vasou, assim, desesperadamente
para qualquer lugar.

a boca que beija,
é do corpo que mata!
a mão que acaricia
por trás, apunhala.

dois mil e dezesseis:
tudo que existe se vai.
tudo que somos jaz.
num piscar de olhos: para qualquer lugar.

as bocas se beijam
os amores se matam.
os carinhos efêmeros
acariciam a morte.

e tudo vai bem.
(isso é mesmo importante para quem?)

domingo, 2 de outubro de 2016

Morte

Morro.
Morro e não silenciam as vozes, os risos, as gargalhadas.
Ninguém vê o pranto; ninguém sente o desgosto
de ser e simplesmente existir.

Eu mato-me aqui,
Morro e não faltam porquês,
Nem vontades, nem uma luz na cidade
Pra me fazer lembrar do que me fez sofrer.

Matam-me! E há quem pense
Que a corda foi engatilhada por mim:
Ninguém se mata sozinho no fim do jardim.