quinta-feira, 30 de junho de 2016

Uma noite de março morta

Em meio a um bombardeio de luz e toda a raiva do mundo
Que na véspera eu e no sábado tu ousara sentir sem despeito,
É que li teus olhos tristes, embriagados, caídos na beira da loucura e do fim.

Quando mergulhei o lábio e imergi inteira na onda daquela pele
Derramando meu sumo no teu corpo que como terra, esperava para germinar
E após os dias - os mergulhos, os choques, as almas que não combinavam entre si,
estava a semente pronta: viva.

E estando a semente viva não tardou a morrer num fim de junho,
(o que era uma criança na cabeça de março)
Agora sendo esquecida numa manhã fria de uma cidade calma a sete chaves:
De agora em diante aquela noite não sai mais da gaveta da minha alma!